quinta-feira, 16 de junho de 2016

Oficinas de Verão - Olhos de lupa em mãos miniatura

Para crianças dos 6 aos 10 anos
Criação e orientação: Ana Pêgo, Leonor Pêgo, Vanda Vilela

4 a 8 de Julho
Horário: 2ª a 6ª das 9h às 13h e das 15h às 18h



Inspirados na natureza e na cidade, exploramos o movimento: o real e o ilusório; brincamos com a escala: o minúsculo e o enorme; construímos objectos, jogos e livros bizarros.


Nas Oficinas de Verão da SMUP haverá:

Descoberta de livros de todas as formas e feitios;
A construção de um livro gigante (a crescer durante toda a semana);
Uma cidade de cartão (e de muitos materiais inesperados);
Biodiversidade à lupa (elementos marítimos e terrestres);
O minúsculo e o gigante (ampliar, desenhar);
Oficinas de animação e brinquedos ópticos;
Construção de esculturas que se mexem (para pôr a cidade em movimento);
Ida ao parque e construção de um Koinobori (peixe voador japonês);
Apresentação de filmes de animação e partilha de projetos.

5 dias para construir, observar, descobrir, pensar, inventar e brincar.



 

Quota semana: 80€ (desconto de 10% para irmãos); Não sócios 85€  +10€ para acompanhamento à hora de almoço (opcional) + seguro: 3€
Opção só uma manhã / tarde = 20€ /Dia = 30€

Atenção: A SMUP não fornece almoço. Recomenda-se trazer almoço-piquenique, lanche para o meio da manhã/tarde, água, chapéu e creme protector de casa.

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES: reservas@smup.pt
Em caso de o número de inscrições exceder o número de lugares disponíveis, os sócios da SMUP têm prioridade (por ordem de inscrição).





quarta-feira, 1 de junho de 2016

DESVIO - MOSTRA DE JAZZES NA PARDE (2, 3 e 4 de junho)







































Quotas de entrada:
Passe 3 dias: 40€/ 30€ Sócios
Passe diário: 15€/ 12€ Sócios
Concertos isolados (salão): 5€/ 4€ Sócios



Ricardo Toscano Quarteto

Sábado, 4 Junho, 23:00

Salão
Ricardo Toscano – saxofone alto
João Pedro Coelho – piano
Romeu Tristão – contrabaixo
João Pereira – bateria


Muito jovem ainda, o saxofonista Ricardo Toscano é já uma certeza do jazz português. Se já foi apontado como um prodígio, hoje dele emana uma maturidade que continua a ser surpreendente. O jazz que pratica é o da tradição bop e hard bop, sem quaisquer preocupações de inovação, mas são tais a frescura, a energia, a entrega e a personalidade própria dados aos temas, “standards” incluídos, que conquistou a unanimidade do aplauso. Já não é só de bom jazz que se trata, mas de brilhantismo. O repertório do Ricardo Toscano Quarteto é sobretudo feito de composições históricas assinadas por nomes como John Coltrane, Wayne Shorter, Herbie Hancock e Ornette Coleman e adaptadas pelo líder para este combo formado com João Pedro Coelho, Romeu Tristão e João Pereira. Na moldura destas, o alto de Toscano voa com a desenvoltura e a agilidade de uma águia.



Sei Miguel

Sábado, 4 Junho, 22:00 

Sótão
Sei Miguel – trompete


Designado com frequência como um músico experimental, pelo facto de os seus temas soarem estranhos a ouvidos incautos, Sei Miguel diz ser, isso sim, “um trompetista herdeiro do bop via cool”. O curioso é que, não obstante este posicionamento, há no seu jogo solístico reminiscências de Don Cherry no fraseio e de Bill Dixon na sonoridade, ambos figuras históricas do free jazz. Mas esse é só um dos aspetos que explicam a sua singularidade. Outro é o facto de o jazz que pratica lidar com noções de espaço e de tempo que vai buscar a compositores contemporâneos como John Cage e Alvin Lucier. Outro ainda está na particularidade de alistar para os seus grupos instrumentistas que vêm de outras áreas que não o jazz e a clássica, como o rock, a eletrónica e a dita “música não-idiomática”. O que leva para o palco e coloca em disco são conceitos meticulosamente elaborados, mas para ele o que vale é a sua tradução musical prática, e esta é encenada como se o jazz fosse teatro. Como já disse a crítica, está aqui “o segredo mais bem guardado de Portugal”.

Foto © Nuno Martins

RED trio

Sábado, 4 Junho, 19:00 

Salão
Rodrigo Pinheiro – piano
Hernâni Faustino – contrabaixo
Gabriel Ferrandini – bateria


O Red Trio coloca no mesmo plano de importância todos os instrumentos que o constituem. É das interseções e perturbações conseguidas que surge o discurso único do grupo: uma gama dinâmica que parte do quase silêncio até imensas descargas de energia. Foi precisamente este discurso único que contribuiu para a sua ascensão nos circuitos internacionais, ora no formato original de trio, ora com convidados como John Butcher e Nate Wooley.
Totalmente improvisada, a música do Red Trio tem referências no jazz e na música erudita contemporânea, numa combinatória de parâmetros que é impossível de discernir. Com formação clássica em piano, Pinheiro sente-se tão influenciado por Thelonious Monk e Cecil Taylor como por Ligeti e Messian. Faustino é uma rocha, tocando com a mesma fisicalidade de quando era baixista de rock. Ferrandini, pelo seu lado, é um músico nervoso e irrequieto, tão capaz do pormenor mais pequeno como do gesto grandioso, contrariando a ideia de que um baterista tem de tocar ritmos lineares.

Foto © Nuno Martins




Lama

Sábado, 4 Junho, 18:00 

Salão
Gonçalo Almeida – contrabaixo e eletrónica
Susana Santos Silva – trompete e flugel
Greg Smith – bateria


É um caso especial de sucesso do jazz português além-fronteiras, três vezes reiterado em disco e muitas mais em concertos pela Europa. O trio de Gonçalo Almeida (o mesmo dos grupos Spinifex, Albatre e Tetterapadequ) com Susana Santos Silva (Orquestra Jazz de Matosinhos, Impermanence, duos com Torbjorn Zetterberg, Kaja Draksler e Jorge Queijo) e Greg Smith (que tem igualmente actividade nos domínios do hip-hop e da world music) deu forma a um jazz que é impossível de arrumar em qualquer das tendências deste género. Situada algures entre o “mainstream” e a vanguarda, a música que apresenta ora toma um pendor eletroacústico, ora adopta uma abordagem de câmara que, curiosamente, o aproxima mais da tradição cool do que da chamada third stream. Em qualquer dos casos com composições elaboradas e sugestivas e com improvisações que não se contentam com seguir as cifras, numa intervenção pensada para o século XXI.



Vicente / Marjamäki

Sábado, 4 Junho, 17:00 

Sótão
Luís Vicente – trompete
Jari Marjamäki – eletrónica


Vicente /Marjamäki é um duo formado por Luís Vicente (Clocks and Clouds, Deux Maisons, What About Sam?) e Jari Marjamaki (Zentex, Golden Globes) cuja atividade tem vindo a desenhar novos caminhos no encontro entre o jazz e a eletrónica, prosseguindo os caminhos abertos por Jon Hassell. A música que propõe é um miasma improvisado no qual as paisagens difusas criadas pelas máquinas de Marjamäki se vão enredando com os sons lânguidos do trompete de Vicente, num acerto entre momentos de abstração tecnológica
e outros que podem lembrar as dissertações pan‑africanistas de um Don Cherry. O projeto é bem distinto da restante atividade dos dois músicos: o trompetista trabalha habitualmente entre os universos do bop e do free e o finlandês é uma das figuras cimeiras da cena lisboeta do techno, do dubstep e da deep-house, tanto utilizando o computador como enquanto DJ. Resulta um mapa de paisagens ondulantes, umas vezes movidas a “groove”, outras introspetivas.

Foto © Nuno Martins


Rodrigo Amado Motion Trio

Sexta, 3 Junho, 23:00 

Sótão
Rodrigo Amado – saxofone tenor
Miguel Mira – violoncelo
Gabriel Ferrandini – bateria


Um dos mais importantes músicos da cena jazz nacional, e também um dos poucos que obtiveram maior reconhecimento internacional, Rodrigo Amado foi recentemente nomeado pela El Intruso International Critics Poll como um dos cinco mais importantes saxofonistas da actualidade, ao lado de Evan Parker, Joe Lovano, Jon Irabagon e Ingrid Laubrock. O Motion Trio é o seu grupo de trabalho, tendo Mira e Ferrandini como interlocutores e sustentáculos do fraseado melódico e intenso que se tornou na sua imagem de marca. A linha prosseguida é a do free bop, assim designado por desenvolver uma perspetiva do free jazz e da improvisação sem temas que tem as suas raízes no hard bop. Depois de parcerias com Peter Evans, Jeb Bishop, Matthew Shipp e Rodrigo Pinheiro (Red Trio), a formação dá mais um passo numa fase caracterizada por uma maior contenção, mercuriana ainda, mas a fogo brando, com lugar para a subtileza, o detalhe e um refinado trabalho de dinâmicas.

Foto © Miguel Almeida


João Hasselberg

“Whatever It Is You’re Seeking, Won’t Come In The Form You’re Expecting”

Sexta, 3 Junho, 22:00

Salão

Luis Figueiredo – piano
Bruno Pedroso – bateria
Diogo Duque – trompete
Joana Espadinha – voz
João Hasselberg – contrabaixo, baixo elétrico

Até há bem pouco tempo, João Hasselberg era conhecido, sobretudo, como um bom contrabaixista. Com o lançamento dos seus dois discos em nome próprio tudo mudou. Descobrimos que, além do instrumentista, existe um compositor com ideias frescas e amadurecidas e um líder de grupo que, não só sabe escolher os músicos que o acompanham, como aproveita da melhor maneira as suas contribuições para enriquecer as partituras. E estes são de peso: Diogo Duque, Luís Figueiredo, Bruno Pedroso e Joana Espadinha dão, à partida, uma garantia de qualidade a tudo o que fazem. A música que Hasselberg propõe é de inspiração literária, mas transforma as narrativas e as descrições textuais num cinema sonoro que desperta a imaginação. Acresce que este é um jazz descomplexado, indo beber à música erudita tanto quanto à pop, atrevendo-se à complexidade sem qualquer presunção e conseguindo ser simples sem entender uma canção como “fast food” para os ouvidos.

Foto © Vera Marmelo

Bruno Parrinha / Luís Lopes / Ricardo Jacinto “Garden”

Sexta, 3 Junho, 20:45

Sótão
Bruno Parrinha – saxofone alto e clarinete
Luís Lopes – guitarra
Ricardo Jacinto – violoncelo e eletrónica

De nascimento recente, mas já com rodagem pelos palcos, um trio que tem como premissa de trabalho a prática de uma improvisação entre o idiomático e o não-idiomático, reconciliando os fraseados-tipo do jazz e o concretismo textural do experimentalismo e de alguma música contemporânea. Sempre em resposta à multiplicidade formativa e de vivências dos três músicos, cujas atividades se têm repartido pelo free jazz, a música livremente improvisada, o rock e até a pop. Se nesse particular Bruno Parrinha (IKB Ensemble, Variable Geometry Orchestra), Luís Lopes (Humanization 4tet, Lisbon-Berlin Trio, Noise Solo) e Ricardo Jacinto (Parque, Pinkdraft, Love That Lava) encontraram afinidades entre si, a estratégia do projeto está na articulação de discursos contrastantes. E no entanto, outro factor que define a música tocada é o seu foco, mediante a exaustiva exploração de um número restrito de materiais sonoros para deles obter o máximo efeito.



Pedro Lopes

Sexta, 3 Junho, 20:00 

Sótão
Pedro Lopes – percussão em gira-discos, címbalos e agulhas modificadas.

Pedro Lopes evoluiu de uma eletrónica improvisada que combinava as tecnologias digital e analógica para uma invulgar abordagem da… percussão. E invulgar porque o seu instrumento é um gira‑discos. As agulhas não servem para disparar música gravada em vinil, mas para amplificar micro-elementos sonoros por meio de baquetas, escovas, têxteis, pequenos metais, címbalos, gongos e taças. Membro do duo Eitr (com Pedro Sousa) e do colectivo Lisbon Freedom Unit que emparceirou já com Carlos “Zíngaro”, Reinhold Friedl e DJ Sniff reivindica um posicionamento “pós‑scratch” para se distanciar do comum DJing, inclusive o experimental, mas também uma atitude “pós-jazz”. Talvez porque, frente à minúcia com que desmembra e congrega sons,
a linguagem musical que adota por princípio, o jazz, não permanece tal como a conhecemos.

Foto © Ricardo Jota


Gabriel Ferrandini / Pedro Sousa / Hernâni Faustino

Quinta, 2 Junho, 23:00

Sótão
Gabriel Ferrandini – bateria
Pedro Sousa – saxofones
Hernâni Faustino – contrabaixo


Convidado a fazer uma residência artística na Galeria ZDB, em Lisboa, onde pudesse desenvolver um projeto que cruzasse as estratégias da improvisação livre com a composição jazz, Gabriel Ferrandini convidou Pedro Sousa, amigo de infância com quem partilhou muitas experiências musicais – tendo a mais recente sido a apropriação de uma partitura de Tony Williams, “Love Song”, para explorar longamente cada um dos seus aspetos –, e Hernâni Faustino, seu parceiro no Red Trio e no Wire Quartet, a com ele darem forma ao trabalho realizado. São aspetos dessa investigação continuada a que vamos assistir, trazendo à improvisação os “circuitos” mais fechados que são próprios do universo da escrita. Tendo como coordenadas a liberdade e a modernidade, o que o grupo apresenta é uma estudada resolução de problemas. Por exemplo: como sintetizar e organizar uma abordagem free e como abrir e converter melodias estáticas. Os temas variam entre composições do baterista e revisitações de clássicos do jazz, uns mais e outros menos ortodoxos.

Foto © Vera Marmelo


Pedro Sousa / Miguel Mira / Afonso Simões

Quinta, 2 Junho, 22:00

Sótão
Pedro Sousa – saxofones
Miguel Mira – violoncelo
Afonso Simões – bateria


O trio de Sousa, Mira e Simões tem uma particularidade: se habitualmente toca fora da caixa, em determinadas ocasiões salta para dentro de uma a fim de a virar do avesso ou constrói uma embalagem de raiz. Foi, aliás, o que o grupo fez num concerto em que lhe foi pedido que tocasse uma balada. O que saiu não parecia ter qualquer semelhança com esse tipo de estrutura, até surgir uma bela figura melódica em tudo devedora ao formato canção. Qualquer coisa pode acontecer num concerto desta formação, desde um ataque virulento que nos atinge o estômago, na linha do expressionismo abstrato que caracteriza o free jazz e muita da música livremente improvisada, até algo de profundamente lírico e poético com conotações jazzísticas mais convencionais ou indo ao encontro de outras músicas. Algo que até nem deveria surpreender, dado o percurso que Sousa fez pela eletrónica experimental, o gosto de Mira pela rítmica do bop e o percurso de Simões no rock. O certo é que está aqui uma das células criativas mais desafiantes dos dias de hoje no contexto português.

Foto © Vera Marmelo


Hugo Carvalhais Nebulosa Trio

Quinta, 2 Junho, 20:45

Salão
Hugo Carvalhais – contrabaixo
Émile Parisien – saxofone soprano
Mário Costa – bateria


Com um trajeto público curto, mas que tem sido marcado por projetos de grande fôlego que a todos surpreenderam – o mais recente foi “Grand Valis”, o primeiro disco português a ser distinguido com o selo “Choc” pela revista Jazz Magazine –, Hugo Carvalhais é um dos principais agentes da renovação do jazz em Portugal. Autodidata de formação, com passagens por “workshops” de Ron Carter, Eddie Gomez, Mario Pavone e Miroslav Vitous, e um exímio contrabaixista de som cheio, é no entanto pela sua escrita que tem imposto uma visão em que encontramos a elegância formal do jazz europeu, a exuberância do rock progressivo, a complexidade da música contemporânea e a visceralidade do free. Dele nunca se sabe o que esperar, havendo porém a certeza de que o que vem a seguir terá argumentos sólidos. Neste trio, Carvalhais conta com dois cúmplices de quase sempre, o saxofonista francês Émile Parisien e o baterista Mário Costa, que com ele estiveram no álbum “Partícula”.


Filipe Felizardo

Quinta, 2 Junho, 20:00 

Sótão
Filipe Felizardo – guitarra

Com clara preferência pelas situações a solo, mas pertencendo também ao David Maranha Ensemble e tendo tocado em duo com Norberto Lobo e Margarida Garcia, Filipe Felizardo tem norteado a sua atividade musical na exploração dos limites lexicais e técnicos da guitarra elétrica, em criações que articulam
o escrito e o improvisado de formas pouco óbvias. O seu ponto de partida está nos blues e a sonoridade que muitas vezes convoca é a do rock, aliando “fingerpicking” e controlo de distorções e “feedbacks” como se entre John Fahey e Keiji Haino não houvesse todo um mundo a separá-los. Modal e pentatónica, a sua música deixa-se perder nas nuvens de harmónicos que vai produzindo, mas pode também ser cativantemente melódica e deslumbrar-se com o silêncio. Contemplativa é o que é sempre, denotando a influência da sua atividade paralela como artista visual.


Foto @ Sara Rafael

DESVIO - programa

2 de Junho, Quinta-feira
20:00 – Filipe Felizardo solo – Sótão
20:45 – Hugo Carvalhais Nebulosa Trio – Salão
22:00 – Pedro Sousa / Miguel Mira / Afonso Simões – Sótão
23:00 – Gabriel Ferrandini Trio – Sótão
24:00 – Jam – Bar

3 de Junho, Sexta-feira
20:00 – Pedro Lopes Solo – Sótão
20:45 – Bruno Parrinha / Luis Lopes / Ricardo Jacinto – Sótão
22:00 – João Hasselberg – Salão
23:00 – Rodrigo Amado Motion Trio – Sótão
24:00 – Jam – Bar

4 de Junho, Sábado
17:00 – Luís Vicente / Jari Marjamäki – Sótão
18:00 – Lama – Salão
19:00 – RED Trio – Salão
22:00 – Sei Miguel solo – Sótão
23:00 – Ricardo Toscano Quarteto – Salão
24:00 – Jam – Bar