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    (As palavras começam a ficar velhas)
    As palavras começam a ficar velhas: têm
dores nas articulações e rangem, de vez
em quando, sem razão; reclamam óleos
e resinas, tempo e açúcares mais lentos.
dores nas articulações e rangem, de vez
em quando, sem razão; reclamam óleos
e resinas, tempo e açúcares mais lentos.
    Mas também eu estou velha demais para
oficinas, tão cansada de livros e papéis,
morta por viver outras coisas - por amor,
oficinas, tão cansada de livros e papéis,
morta por viver outras coisas - por amor,
    talvez espreitasse de novo nas mangas do
mundo e escrevesse uma fiada de búzios
no pulso da areia. Mas quantos dos teus
beijos perderia? Perdoem-me os que
mundo e escrevesse uma fiada de búzios
no pulso da areia. Mas quantos dos teus
beijos perderia? Perdoem-me os que
    ainda esperam por mim. Não sei se volto.
                                Maria do Rosário Pedreira (n. 1959)
    (do livro «Poesia Reunida» - Quetzal, 2012) 
Boa tarde, como posso ter acesso ao contacto para saber informações sobre aulas de flauta transversal através da banda da SMUP? Obrigado
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