Existem muitas formas de tocar, ouvir, sentir e até de pensar o Jazz neste inicio do século XXI.
Essas, podem passar por considerar esta música como algo cristalizado, uma especie de wall paper music confortável e sem surpresas, com swing e temas bonitinhos, ideal para testar aparelhagens e surpreender os amigos com aquele som quente durante um jantar ou mesmo à lareira. Existem muitos ouvintes e músicos para esse som e mesmo quem escreva sobre ela os mais rasgados elogios defendendo que esse é que é o Jazz, aquele que preserva intocáveis estes elementos do passado.
No entanto, é um tanto contra natura que se queira fazer do Jazz uma música estagnada em que os seus interpretes perdem genuinidade fazendo-se passar por outros que a tocaram com urgência há 50 anos atrás. A arte deve sempre continuar aberta à mudança e para que o termo Jazz não se perca em algo naturalmente a si estranho é preciso continuamente combater.
Artistas no passado como Charlie Parker, John Coltrane, Miles Davis, Ornette Coleman, Evan Parker, e tanto outros, demonstraram, com tenacidade e sob inúmeras críticas, que a arte vence sempre, reinventado-se evoluindo.
Combat Jazz surge como mais uma manifestação da editora Portuguesa Clean Feed, considerada na última década como uma das melhores do mundo ano após ano. Tal como a label Lisboeta, Combat Jazz procura mostar os inumeros novos caminhos do Jazz como música livre e em constante busca de novas formas e sonoridades, seja através da livre improvisação, seja por uma escrita contemporânea, seja até pela proximidade com outras músicas, sempre mostrando a sua capacidade em continuamente se revelar surpreendente e actual.
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